Teses Defendidas
Mobilising nature between democracy and fascism. An environmental history of the Spanish Civil War and the legacies of the Francoist autarky
21 de Dezembro de 2017
Democracia no Século XXI
Marco Armiero
e
Stefania Barca
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e as suas consequências nos primeiros anos do Franquismo é certamente o tópico mais discutido da História de Espanha nos últimos 80 anos. Particularmente, desde o ano 2000, a historiografia sobre esta época tem-se continuadamente expandido, entrelaçada com a emergência de um movimento social para recuperar a "memória histórica" focada na exumação e no reconhecimento das vítimas do Franquismo. A Guerra e os anos do pós-guerra, contudo, têm sido insuficientemente analisados a partir da perspetiva da História Ambiental, embora esta disciplina se estivesse a estabelecer em Espanha durante o mesmo período. Esta tese responde a esta lacuna de investigação ao aplicar uma abordagem da História Ambiental para examinar a forma como a Guerra Civil Espanhola, a subsequente vitória franquista e os state-building efforts transformaram as relações e as paisagens socio-ecológicas da nação, tanto material como simbolicamente. A tese combina História Ambiental com abordagens da Ecologia Política e da História da Ciência e baseia-se numa extensa análise documental de fontes de arquivo primárias, combinadas com História Oral. Pretende-se desvendar os legados socio-ecológicos da Guerra e do Franquismo inicial, ligando a História explicitamente aos debates atuais sobre os conflitos socio-ambientais, através de questões que incluem regimes de propriedade de gestão da água urbana, qualidade da água e encargos da poluição, sobre-exploração dos recursos piscatórios e discussões sobre autonomia, autossuficiência e decrescimento.
Concebida como uma compilação de artigos científicos, esta tese contribui para as discussões teóricas emergentes ao combinar História Ambiental com Ecologia Política e Geografia. Ao reforçar os aspectos espaciais e políticos da História Ambiental, a sua contribuição fortalece também as dimensões históricas da Ecologia Política e da Geografia. A tese explora o modo como a Guerra revolucionou os regimes de propriedade da água em Barcelona, transformou as infraestruturas de água urbana em Madrid e afetou o sistema socio-ecológico do rio Llobregat. Além disso, ao sublinhar a longa aplicação do 'estado de guerra' (1936-1948) na Espanha franquista, a tese examina as reformas políticas, sociais e económicas autárcicas como state-building efforts intimamente ligadas com a Guerra e o militarismo. A Autarcia é interpretada como um projeto político e ecológico que entrelaça a procura em aumentar a autossuficiência nacional com a repressão social e o controlo. Nesse sentido, esta tese examina a materialização do projeto autárcico na expansão da frota piscatória espanhola, que contribuiu para alimentar a nação, e na militarização da fronteira nacional nas montanhas dos Pirenéus. Por último, explora a circulação dos discursos de autossuficiência através do espaço e do tempo.
Em resumo, ao usar o caso da Guerra Civil Espanhola e os anos de ascensão do Franquismo, esta tese procura contribuir para a abertura da História Ambiental Espanhola, tanto em tópicos como abordagens, resolvendo a tensão entre o interesse público e o desenvolvimento massivo da historiografia sobre a Guerra e a ditadura, por um lado, e a lacuna de investigação em História Ambiental que incide sobre ambos os processos, por outro.
Palavras chaves: História Ambiental; Guerra Civil Espanhola; Autarcia; Fascismo; Franquismo; Ecologia Política
Data de Defesa
Programa de Doutoramento
Orientação
Resumo
Concebida como uma compilação de artigos científicos, esta tese contribui para as discussões teóricas emergentes ao combinar História Ambiental com Ecologia Política e Geografia. Ao reforçar os aspectos espaciais e políticos da História Ambiental, a sua contribuição fortalece também as dimensões históricas da Ecologia Política e da Geografia. A tese explora o modo como a Guerra revolucionou os regimes de propriedade da água em Barcelona, transformou as infraestruturas de água urbana em Madrid e afetou o sistema socio-ecológico do rio Llobregat. Além disso, ao sublinhar a longa aplicação do 'estado de guerra' (1936-1948) na Espanha franquista, a tese examina as reformas políticas, sociais e económicas autárcicas como state-building efforts intimamente ligadas com a Guerra e o militarismo. A Autarcia é interpretada como um projeto político e ecológico que entrelaça a procura em aumentar a autossuficiência nacional com a repressão social e o controlo. Nesse sentido, esta tese examina a materialização do projeto autárcico na expansão da frota piscatória espanhola, que contribuiu para alimentar a nação, e na militarização da fronteira nacional nas montanhas dos Pirenéus. Por último, explora a circulação dos discursos de autossuficiência através do espaço e do tempo.
Em resumo, ao usar o caso da Guerra Civil Espanhola e os anos de ascensão do Franquismo, esta tese procura contribuir para a abertura da História Ambiental Espanhola, tanto em tópicos como abordagens, resolvendo a tensão entre o interesse público e o desenvolvimento massivo da historiografia sobre a Guerra e a ditadura, por um lado, e a lacuna de investigação em História Ambiental que incide sobre ambos os processos, por outro.
Palavras chaves: História Ambiental; Guerra Civil Espanhola; Autarcia; Fascismo; Franquismo; Ecologia Política